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Sequência didática - Gênero Artigo de Opinião


TÍTULO: Produzindo um Artigo de Opinião
Autores: Elenir Fátima Fanin, Soila  Canan e Kátia Fabiane Scheid Bianchim
Público alvo: Ensino Médio
Dados da aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula:
•          Conhecer o gênero artigo de opinião;
•          Perceber os conectivos presentes no gênero artigo de opinião;
•          Discutir a argumentação e a linguagem discursiva do gênero artigo de opinião;
•          Reconhecer a importância de expor seu ponto de vista em relação a temas polêmicos;
•          Perceber a importância da adequação linguística do gênero;
·              Relacionar e diferenciar notícias de artigo de opinião;
•          Identificar temas polêmicos sobre o lugar onde vive, e expor sua opinião sobre o mesmo;
•       Ler, ouvir e analisar artigos de opinião dos semifinalistas da olimpíada de português, reconhecendo bons argumentos.
·                Conhecer e participar do concurso das Olimpíadas de Língua Portuguesa;
·         Escrever um artigo de opinião, observando as marcas de autoria, as convenções da escrita, a adequação ao gênero e exploração do tema “O lugar onde vivo”;

Duração: 10 Aulas de 00:50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com seu aluno:
Breve discussão sobre o que os alunos conhecem do gênero artigo de opinião, reconhecendo a importância de conhecer, argumentar e expor sua opinião sobre diversos temas.

Palavras – Chave: Interação, Pesquisa, Opinião

Estratégias e recursos da aula:
O professor deve ter bem definido o gênero artigo de opinião para se trabalhar com sua turma, antes de dar início a esta sequência, para que possa explorar as quatro competências previstas para este trabalho: ler, ouvir, conhecer e produzir artigos de opinião.

1ª e 2ª aulas: Conhecendo o gênero
O professor pode iniciar a aula falando aos alunos sobre o concurso da Olimpíada de Língua Portuguesa, contextualizando sobre a mesma, de forma que os estudantes entendam como funciona e sua importância. Para isso, poderá usar o data show com acesso à internet e abrir no site http://www.escrevendo.cenpec.org.br/ que trata sobre o assunto, para estimulá-los a participar. Ou ainda baixar o vídeo no endereço citado acima que trata sobre o concurso e passar no data show. Porém, reforçar que a temática proposta – Produção de Artigo de opinião - também faz parte do planejamento e necessidade de aprendizado previsto para a série dos mesmos. 
Após destacar que a modalidade de texto que será explorada é o Gênero Artigo de Opinião, iniciar uma breve conversa, perguntando o que os alunos sabem sobre o gênero, onde lêem este tipo de texto e quais as características básicas desta modalidade de texto.
Em seguida, leitura feita pelo professor: Notícia Ex.: “Menino de 9 anos é internado após agressão em escola” retirado do caderno da olimpíada de português (Agência Estado 18/09/2009). Artigo de opinião: Ex: “Corrupção cultural ou organizada?” retirada Folha de São Paulo, 28/06/2009 de Renato Janine Ribeiro.
TEXTO NOTICIA
Menino de 9 anos é internado após agressão em escola ( Agência Estado )
      O menino Marco Antônio, de 9 anos, foi agredido por cinco garotos da mesma faixa etária dentro da sala de aula e na saída de uma Escola Estadual, anteontem, numa cidade próxima à região de Ribeirão Preto (SP). Devido à agressão, ele foi internado e passou por exames de tomografia e ressonância magnética em Ribeirão Preto. Marco terá alta hospitalar amanhã e usará colar cervical por 15 dias.
      Segundo a mãe, de 27 anos, o filho sofre com as brincadeiras de colegas porque é gago. Após a agressão na escola, ele não mencionou nada em casa. Dentro da sala de aula (3ª série), ele foi atingido por um soco, um tapa e um golpe de mochila. Na saída da escola, a inspetora o mandou sair pelos fundos, mas os agressores perceberam e o cercaram, desferindo socos e chutes em seu corpo.
      Na manhã de ontem, Marco acordou com o pescoço imobilizado. A avó o levou à escola e os cinco agressores foram mandados para casa pela direção. Revoltada, a mãe quer processar a escola e ainda retirar os três filhos de lá - Marco é o mais velho dos irmãos. A delegada Maria José Quaresma, da DDM, disse que cinco garotos foram identificados e serão ouvidos nos próximos dias.
      O caso, registrado na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), será investigado e passado à Curadoria da Infância e da Juventude. A Secretaria Estadual da Educação informou que foi aberta uma apuração preliminar para averiguar a denúncia de agressão entre alguns alunos da escola. "Caso seja constatado que o fato aconteceu dentro da escola, o Conselho Escolar vai definir as medidas punitivas em relação aos estudantes, como, por exemplo, a transferência de unidade", disse a nota da Secretaria.
Agência Estado, 18/9/2009. (Para uso neste Caderno, os nomes, assim como outras informações que possam identificar os envolvidos, foram substituídos ou suprimidos).
TEXTO ARTIGO DE OPINIÃO
Corrupção cultural ou organizada?
 Renato Janine Ribeiro
       Precisamos evitar que a necessária indignação com as microcorrupções "culturais" nos leve a ignorar a grande corrupção.
      Ficamos muito atentos, nos últimos anos, a um tipo de corrupção que é muito frequente em nossa sociedade: o pequeno ato, que muitos praticam, de pedir um favor, corromper um guarda ou, mesmo, violar a lei e o bem comum para obter uma vantagem pessoal. Foi e é importante prestar atenção a essa responsabilidade que temos, quase todos, pela corrupção política - por sinal, praticada por gente eleita por nós.
       Esclareço que, por corrupção, não entendo sua definição legal, mas ética. Corrupção é o que existe de mais antirrepublicano, isto é, mais contrário ao bem comum e à coisa pública. Por isso, pertence à mesma família que trafegar pelo acostamento, furar a fila, passar na frente dos outros. Às vezes é proibida por lei, outras, não.
       Mas, aqui, o que conta é seu lado ético, não legal. Deputados brasileiros e britânicos fizeram despesas legais, mas não éticas. É desse universo que trato. O problema é que a corrupção "cultural", pequena, disseminada - que mencionei acima - não é a única que existe. Aliás, sua existência nos poderes públicos tem sido devassada por inúmeras iniciativas da sociedade, do Ministério Público, da Controladoria Geral da União (órgão do Executivo) e do Tribunal de Contas da União (que serve ao Legislativo).
       Chamei-a de "corrupção cultural" pois expressa uma cultura forte em nosso país, que é a busca do privilégio pessoal somada a uma relação com o outro permeada pelo favor. É, sim, antirrepublicana. Dissolve ou impede a criação de laços importantes. Mas não faz sistema, não faz estrutura.
        Porque há outra corrupção que, essa, sim, organiza-se sob a forma de complô para pilhar os cofres públicos - e mal deixa rastros. A corrupção "cultural" é visível para qualquer um. Suas pegadas são evidentes. Bastou colocar as contas do governo na internet para saltarem aos olhos vários gastos indevidos, os quais a mídia apontou no ano passado.
        Mas nem a tapioca de R$ 8 de um ministro nem o apartamento de um reitor - gastos não republicanos - montam um complô. Não fazem parte de um sistema que vise a desviar vultosas somas dos cofres públicos. Quem desvia essas grandes somas não aparece, a não ser depois de investigações demoradas, que requerem talentos bem aprimorados - da polícia, de auditores de crimes financeiros ou mesmo de jornalistas muito especializados.
        O problema é que, ao darmos tanta atenção ao que é fácil de enxergar (a corrupção "cultural"), acabamos esquecendo a enorme dimensão da corrupção estrutural, estruturada ou, como eu a chamaria, organizada.
         Ora, podemos ter certeza de uma coisa: um grande corrupto não usa cartão corporativo nem gasta dinheiro da Câmara com a faxineira. Para que vai se expor com migalhas? Ele ataca somas enormes. E só pode ser pego com dificuldade.
         Se lembrarmos que Al Capone acabou na cadeia por ter fraudado o Imposto de Renda, crime bem menor do que as chacinas que promoveu, é de imaginar que um megacorrupto tome cuidado com suas contas, com os detalhes que possam levá-lo à cadeia - e trate de esconder bem os caminhos que levam a seus negócios.
         Penso que devemos combater os dois tipos de corrupção. A corrupção enquanto cultura nos desmoraliza como povo. Ela nos torna "blasé". Faz-nos perder o empenho em cultivar valores éticos. Porque a república é o regime por excelência da ética na política: aquele que educa as pessoas para que prefiram o bem geral à vantagem individual. Daí a importância dos exemplos, altamente pedagógicos. 
        Valorizar o laço social exige o fim da corrupção cultural, e isso só se consegue pela educação. Temos de fazer que as novas gerações sintam pela corrupção a mesma ojeriza que uma formação ética nos faz sentir pelo crime em geral.
         Mas falar só na corrupção cultural acaba nos indignando com o pequeno criminoso e poupando o macrocorrupto. Mesmo uma sociedade como a norte-americana, em que corromper o fiscal da prefeitura é bem mais raro, teve há pouco um governo cujo vice-presidente favoreceu, antieticamente, uma empresa de suas relações na ocupação do Iraque.
          A corrupção secreta e organizada não é privilégio de país pobre, "atrasado". Porém, se pensarmos que corrupção mata - porque desvia dinheiro de hospitais, de escolas, da segurança -, então a mais homicida é a corrupção estruturada. Precisamos evitar que a necessária indignação com as microcorrupções "culturais" nos leve a ignorar a grande corrupção. É mais difícil de descobrir. Mas é ela que mata mais gente.
Retirado da Folha de S. Paulo, 28/6/2009. Renato Janine Ribeiro, 59, é professor titular de ética e filosofia política do Departamento de Filosofia da USP. É autor, entre outras obras, de República (Publifolha. Coleção Folha Explica). (Texto retirado do material da Olimpíada de Língua Portuguesa, caderno Pontos de Vista - 2010.)



3ª e 4ª aulas – Compartilhando conhecimento
- Distribua entre os alunos alguns exemplares de diversos gêneros e peça que eles classifiquem esses gêneros e identifiquem dentre eles qual apresenta argumentação (que busca convencer o leitor e defende uma tese).
- Apresente questionamentos do tipo: o que você sabe sobre o gênero artigo de opinião? Onde circula esse gênero? Qual o seu objetivo? Quem o escreve?
- Após a leitura e introdução do gênero do artigo de opinião, deve-se promover uma roda de conversa para que os alunos possam se expressar em relação ao assunto. O professor poderá organizar a turma em pequenos grupos de três componentes e distribuir entre eles vários jornais e artigos da coletânea da olimpíada de português. Os grupos irão escolher uma noticia e um artigo de opinião, apontando itens que diferenciam um e outro expondo também características relevantes em um artigo de opinião. Abaixo sugestão de vários artigos de opinião.
·         Charges e noticias. (Angeli)
·         Senado libera internet na eleição, mas limita debate. (Fábio Zanini)
·         Internet e eleição. ( Joaquim Falcão )
·         Corrupção cultural ou organizada? (Renato Janin Ribeiro)
·         Só há noticia se for muito ruim. (Carlos Brickmann)
·         Projeto Vale- cultural chega ao congresso até o final da semana. (Época/Agência Brasil)
·         O que é essencial para todos? (Gustavo Barreto)
·         Menino de 9 anos é internado após agressão em escola (Agência Estado)
·         Brasileiros preferem floresta em pé. (Ricardo Young)
·         A ilegitimidade da lei antifumo. (Aguinaldo Pavão)
·         Fumante não é excluído. É vitima. (Jussara Fiterman)
·         Cavaleiros da cana versus mecanização. (Mariane Cheli de Oliveira)
Textos estão disponíveis no site: http://www.escrevendo.cenpec.org.br/ na coletânea de textos sobre Artigo de Opinião da Olimpíada de Língua Portuguesa/ Escrevendo o futuro.

5ª aula – Expondo sua opinião
Após a análise, os grupos expõem para os demais colegas as diferenças e características que perceberam nos gêneros. Por último, e não menos importante, o professor deve promover uma discussão sobre as características do gênero, a fim de que os alunos cheguem a algumas conclusões como:
•          Definição de títulos e tema;
•          Descrição das características presentes no gênero artigo.
•          Ampliação de vocabulário
•          Interpretação de texto;
•          Conhecer expressões para articular em um artigo;
·              Identificar argumentos nos artigos de opinião.

6ª aula: Argumentando sua opinião
- Nesta aula o professor deve propor um debate na turma, dividindo a classe em dois grupos onde um será a favor e o outro contra uma questão polêmica, podendo ser uma questão simples como “Uso ou não de uniforme na escola”, proporcionando a exposição de suas ideias e praticando o gênero artigo de opinião. O professor expõe na lousa os argumentos e depois analisa com os estudantes o grupo que melhor argumentou e defendeu seu ponto de vista.
7ª aula: Pesquisando o lugar onde vivo
- Nesta aula será preciso organizar situações em que os alunos sejam convidados a pesquisarem sobre o lugar onde vivem, tema proposto da Olimpíada de Português. Dispor de jornais locais e acesso ao laboratório de informática com internet, incentivando-os a curiosidade de pesquisar notícias que foram ou que são destaque em sua cidade. O professor pode instigá-los, deixando-os livres para despertar seus interesses, porém pode orientá-los para que anotem dicas interessantes das notícias, como e quando aconteceram, quem foram os envolvidos e qual foi a questão polêmica.
8ª aula: Praticando a escrita
- Nesta aula o professor incentiva os educandos para praticarem o gênero artigo, escrevendo sobre uma questão que pesquisaram ou que assistiram em jornal local ou ouviram na rádio e que gostariam de expor sua opinião, desta forma irão exercitar a escrita argumentando suas ideias.
9ª  e  10ª aulas: Análise e reflexão sobre a língua
- Nesta aula o professor deve orientar os educandos sobre a estrutura adequada do texto de forma que os alunos consigam produzir um texto do gênero em questão da melhor qualidade possível. Depois, pode organizar a turma em duplas, e cada um lerá o artigo do outro para assim contribuir com ideias para a melhoria do texto do colega.
O professor poderá também, usar um texto de um aluno, com a sua autorização, para expor na lousa e revisar o texto considerando:
•Reorganização das ideias;
•Pontuação;
•Correção ortográfica;
•Coerência e coesão;
•Reescrita do texto.

Sugestão:
- Os textos produzidos pela turma podem ser expostos e compartilhados em um mural da escola. É importante aproximar as produções textuais às práticas sociais de leitura e escrita vivenciadas pelos alunos.
- As produções textuais serão divulgadas em blogs: www.labxanxere.blogspot.com.br e www.praticandogenerostextuaisnaescola.com.br

Recursos Complementares:
CD-ROM – OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA/ PONTOS DE VISTA
BAKHTIN, Mikhail. “O todo semântico da personagem”,  in: Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
BRETON, Philippe. Argumentar em situações difíceis. Barueri: manole, 2005.

Avaliação:
A avaliação ocorrerá de forma contínua analisando as competências (ler, ouvir, conhecer e produzir) desenvolvidas pelos alunos durante a sequência didática. As produções se constituem um rico instrumento de avaliação, pois apresentam os avanços de cada aluno em relação às práticas de leitura e produção de texto.


3 comentários:

  1. Parabéns pela postagem. Estou pesuisando sobre o assunto e garanto: essa foi a melhor postagem que encontei.

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  2. Excelente trabalho. Obrigada por ajudar-nos a montar e elaborar nossas aula.

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  3. Sensacional essa sequência didática, ela me auxiliará para eu elaborar e ministrar minha aula.

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